Terça-feira, 22, 6h40min, acordo na cidade da garoa… Chego na Estação da Barra Funda e o espanto vem logo de cara. Esperava chegar a uma rodoviária comum, com ônibus de viagem, famílias se despedindo ou saudando quem chegava. Porém cheguei em uma estação na qual passa ônibus de linha, metrô, trem e também ônibus de viagem. E qual o problema disso? O tumulto, sem dúvida. Pessoas indo e vindo. Correria e loucura total. Será que estão sempre atrasados? Não entendo o por que de tanta correria.
Encontro minha amiga Adriana, a paulista já me explica: “você
vai andar muito de metro, fura fila e ônibus”. “Fura fila?” aguardo para ver. No
começo estava tudo lindo, afinal eu e ela estávamos andando na direção contraria
do pico. Pegamos o metrô e depois o tão esperado fura fila. Que nada mais é que
um trenzinho que circula por cima do transito. Um máximo. Adorei. Vejo o Rio
Tietê poluidissimo e me dá dó. A água com borra de café é mais limpa que ele. Não
consigo separar o lixo da água suja. O cheiro então, sem comentários. Chegamos ao
destino, quase final. O marido da Dri nos espera perto da estação, aí seguimos
mais um pouco de carro. O bairro dela é calmo e nem parece que estamos em São
Paulo. Na divisa com São Caetano a correria da cidade parece estar distante.
Com tantos compromissos e horário marcado não sobrou tempo
para nada. Almoçamos e já seguimos o nosso trajeto. Vila Mariana, zona Sul. Até
para quem mora em Sampa fica difícil achar o caminho. Depois de muito rodar
chegamos a tempo. Resolvi tudo e já retornamos. Sem saber o que nos esperava no
outro dia.
Quarta-feira, 23, 3h40min acordamos. Sem contar que fomos
dormir 1h da manhã. Só nos arrumamos e antes das 4h já seguimos o trajeto. Chegamos
na Estação de Metrô da Vila Prudente, descemos do carro e o pessoal no ponto
começaram a gritar: “Está de greve, está de greve!!”Dá para ter noção do
tamanho do problema que iríamos enfrentar no decorrer do dia? Nem eu consegui
imaginar. Para piorar o carro da Dri estava em dia de rodízio, ou seja, não podia
sair na rua, senão levava multa. Nesse horário a gente ainda não sabia que o rodízio
ia ser cancelado. Pois bem seguimos até um ponto de ônibus e ficamos, só eu e a
Adriana, a tensão subiu quando olhamos ao redor e as ruas todas escuras e só eu
e ela na rua. Isso não era nem 4 e meia da manhã. Mas tudo bem chegamos ao
destino final a tempo. Lá resolvi tudo rapidinho. 8h fomos para o ponto de ônibus,
o pessoal avisou que a gente deveria ter paciência, pois o transito estava um
caos. Paciência é uma coisa, agora esperar mais de 2h em pé em um ponto de ônibus
já é sacanagem... lá pelas 10h o ônibus chega, aí é enfrentá-lo lotado de gente
estressada e os celulares que não paravam de tocar, as buzinas que não paravam,
e o buzão que não andava. Entrei em desespero. A Dri cochila e eu do outro lado
do ônibus escuto aquele pessoal dizendo que temos que descer e ir a pé porque não
ia ter condição. Olho para fora e vejo o tamanho do caos, transito
congestionado, não consigo nem me mexer dentro daquela sardinha. Ainda bem que
a gente ia descer no ponto final. No entanto chegou em um ponto que eu quase
fui jogada para fora, o pessoal queria descer e eu na escada da porta, tive que
segurar firme, que sufoco...
Chegamos em casa já era meio dia. Saímos para almoçar fora. Novamente
parecia que eu não estava em SP.
Um cineminha vai bem ;) |
O ônibus para eu voltar para casa estava marcado para 18h,
nisso tivemos que sair de casa 15h30min para chegar a tempo. Ônibus não adianta,
metrô não tinha, o jeito foi pegar um trem. Para nossa tristeza... Nem preciso
falar que o pessoal estava estressado e perdido, afinal os trens estavam
fazendo rotas diferentes. No começo uma beleza, mas quando chegamos na Estação
do Brás o bicho pegou. Aguardo o trem parar o pessoal já estava no empurra,
empurra. Quando o trem parou eu vi um pesadelo. O pessoal me empurrou que fui
beijar a janela do outro lado. Todos gritando parecendo um bando de malucos. Lotou
o trem. Fiquei espantada, chorei. As pessoas não possuem um pingo de respeito. O
caos estava alojado ali, tudo bem, o estresse é demais, mas e o respeito com os
demais? Muitos passageiros reconhecem que isso não é atitude racional, a gente
conversa e explico que quando eu via na TV a situação de SP não dava muita
moral, agora começo a observar com outros olhos. Uma coisa que podemos tirar
disso tudo é: na Copa 2014 SP vai parar, a cidade não vai suportar nem a metade
dos turistas, a idéia que tivemos é: decretar feriado na cidade e proibir o
paulista de sair de casa, quem sair leva multa...Só assim os turistas poderão andar
na cidade tranquilamente, e assim fica do jeito que o governo gosta, tudo
maquiado...SP é tudo de bom, o trânsito é uma beleza, o pessoal é civilizado.
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